Um dia andando com um amigo em um final de tarde bonito e nublado ele me disse:
- Paixão é uma palavra feia.
Estou Apaixonado, soa tão ruim. Não acha?
Respondi:
- Também acho.
E é verdade que concordo com esse meu amigo até hoje. E isso que é uma coisa tão boba, se tornou a lembrança mais nítida a acompanhar todas as minhas (pseudos) paixões.
Paixão, uma palavra anti poética.
E todo esse pessimismo esconde uma verdadeira e insuportável densidade em uma só palavra.
Eu a mudaria para silêncio, ou melhor, dizendo contemplação do silêncio inquietante.
Mas, dessa vez ou mais uma vez a contemplação do silêncio inquietante será vivido em uma solidão a um.
Saio.
Bato a porta
Volto.
Achando que o silêncio inquietante deixou meu quarto.
E não, o silêncio inquietante está por toda parte do meu quarto isolado, nas minhas roupas bagunçadas, em todos os cômodos.
Atrapalha meus filmes russos, meu sono, ao ouvir aquele trecho de uma música “Duas pessoas em silêncio sempre dão um tanto que falar”.
Me junto ao silêncio inquietante para mais um dia de contemplação nessa solidão a um...
Ouvindo: Não se vá - Thiago Pethit